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Como viver mais e com saúde? Como usufruir da aposentadoria com qualidade de vida? O tema da longevidade tomou conta do noticiário e das pesquisas aqui no Brasil onde até então se acreditava ser um país só de jovens. Segundo o IBGE, a população de idosos atingira a marca de 32 milhões de pessoas, com 60 anos ou mais, por volta de 2025. Mas, afinal, é possível chegar a terceira idade com boa saúde física e mental? Com a memória tinindo? Com disposição para as atividades do dia a dia?
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A resposta é sim. A ciência tem comprovado que é possível otimizar o desempenho cognitivo seguindo um estilo de vida saudável. E para isso, é preciso manter a mente alerta, curiosa e serena para aprender sempre coisas novas e fazer boas escolhas. Quem afirma é a medica geriatra Tania Guerreiro, pioneira no país em geriatria preventiva, especialista em Gerontologia e fundadora da Oficina da Memória®. No ano passado, Tania foi convidada pela ASTCERJ para realizar uma apresentação na Confraternização dos Aposentados.
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A boa alimentação aliada aos exercícios físicos e check-up anual são fatores básicos para garantir o bem-estar em todas as idades, e as cuidados com a mente são essenciais nesse contexto, traduzindo-se em autonomia de vida, confiança nos próprios atos e pensamentos. Viver com qualidade e ter força e disposição para acordar todas as manhãs e vencer os desafios, ter sonhos e realizá-los.
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“Sabemos que o exercício físico favorece a velocidade com que a informação é processada no nosso cérebro. Tem impacto importante na produção de novos neurônios no hipocampo, uma área fundamental para a formação de novas memórias. Mas é preciso ir além, exercitando a mente para a manutenção de sua vitalidade e de sua capacidade de aprendizado”, destaca a especialista, doutora em Biociências.
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Manter a peso ideal, cultivar o bom humor, encontrar com os amigos, viver no presente e dormir bem são algumas dicas de prevenção que a doutora Tania recomenda aos seus alunos, homens e mulheres, na Oficina da Memória®, que funciona há 27 anos na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 647 – Sala 308 – Tel.: (21) 2255-2719.
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“Às vezes, a pessoa passa todo aquele período de trabalho sonhando com o dia da aposentadoria, pensando que vai ser uma carta de alforria. Nos primeiros dias, três meses é só empolgação. A pessoa viaja, tem tempo livre, dorme até mais tarde. Mas, passado esse período, a vazio começa a tomar conta, surge a dúvida sobre o futuro,” avalia a médica.
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“Aos 50, 60 e 70 anos, temos que ter consciência de que precisamos dedicar mais tempo a nós mesmos. Precisamos desafiar a mente, buscar algum tipo de trabalho, como o voluntário ou artístico, aprender um idioma novo ou um instrumento musical”, sugere a médica.
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Longo processo
Outro ponto Importante é saber que não existem medicamentos milagrosos capazes de, por si só, recuperar a memória. O que a ciência e a experiência nos revelam é que o conjunto de exercícios cognitivos associados a um estilo de vida saudável consistem na melhor terapia, segundo a especialista. Tania Guerreiro desenvolve vários cursos e grupos para trabalhar novas experiências cognitivas na Oficina. “Os remédios existentes atuam de modo muito restrito e seu uso depende de avaliação médica”, pontua.
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O primeiro módulo oferecido na Oficina da Memória, “Mente alerta”, é um curso intensivo de cinco dias, seguidos ou intercalados, conforme características do grupo. É o primeiro passo para quebrar preconceitos com foco na capacidade de aprendizagem. Ao longo dos diversos cursos oferecidos, os alunos passam a compreender porque a memória falha e começam a agir diferente para que essa falha não aconteça mais, com técnicas que vão aprendendo nos encontros.
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A juventude eterna não existe e quanto antes começar a se cuidar melhor. “Acredito que a pessoa tenha que se preparar para um novo período, refletindo sobre aquilo que a motiva na Vida. Na medida em que deixamos de ter medo em relação ao futuro e começamos a confiar mais nas nossas capacidades, a vida passa a ser mais colorida”, conclui a especialista.
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Como manter a memória ativa?
A manutenção de uma boa memória na terceira idade é fruto de um conjunto de boas práticas recomendado a todos. Quanto mais cedo uma pessoas adotar esse comportamento, maiores são as chances de um envelhecimento com menos problemas de memória.
– Consumir menos açúcar
Além de estar ligado a uma série de doenças crônicas, o consumo excessivo de açúcar também contribui par ao declínio cognitivo.
– Dormir bem
Sono de boa qualidade e por tempo suficiente está ligado à boa memória em todas as idades. O tempo pode variar, mas especialistas recomendam de sete a nove horas diárias de sono.
– Treine seu cérebro
Palavras cruzadas, jogos e aplicativos de celulares são elementos ligados à boa memória. Em geral, atividades de exercício cerebral são importantes aliados da memória no longo prazo.
– Pratique exercícios físicos
Exercícios físicos trazem benefícios incríveis para todo o corpo, inclusive o cérebro. Pesquisas indicam que a prática ajuda a desenvolver a memória em pessoas de todas as idades.
ASTCERJ Informa